04 junho, 2010

A MOCINHA MORRE NO FINAL


Claro que não vou ser tão cruel de contar o final do filme, foi apenas um título interessante que encontrei para esta postagem (o que não que dizer que ela realmente não morra no fim).

Mas, falando em crueldade, o filme Irreversível é um verdadeiro soco no estômago – não coloquei aspas porque é no sentido literal também.

Cenas fortes, longas, sem cortes. Uma movimentação de câmera inquietante, quase perturbadora.

Mas, o que tem de mais interessante e diferente nele é sua narrativa. O filme é contado de trás para frente. Você vai dizer que já viu isso, mas não estou falando dos já conhecidos flashbacks recorrentes em muitas películas. Sua história é apresentada a partir do seu fim, da “’última cena” até chegar no princípio de tudo.

E o mais incrível é que a cena final – a cena final que está no fim,ou seja,a primeira – é a mais bonita e, paradoxalmente, aquela que mais dói.

É a forma como tudo é contado que faz toda a diferença.

A premissa é um tanto quanto pessimista - “o tempo destrói tudo” - mas o seu roteiro é tão bem amarrado que, aquilo que poderia ser apenas um retrato realista da violência urbana, transforma-se numa inovadora e surpreendente obra.

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